segunda-feira, 30 de novembro de 2015



       LINGUAGEM MATEMÁTICA  E A LÍNGUA MATERNA

                   É possível afirmar que linguagem e matemática são correspondentes: “ambas se tornam possíveis pela mesma característica do cérebro humano” (DEVLIN, 2004, p.37); pois é justamente esse pensar desconectado, a respeito de entes abstratos, a condição necessária ao desenvolvimento do pensamento matemático. Sob esse aspecto, Matemática e Língua Materna possuem a mesma raiz, a mesma origem; “a capacidade matemática é nada mais do que a capacidade linguística usada de maneira ligeiramente diferente” (DEVLIN, 2004, p.37).
       Segundo Machado (2001, p.9) Língua Materna seria “entendida como a primeira língua que aprendemos”. Sendo assim a língua materna se forma com a necessidade de expressão e comunicação do pensamento. ZUCHI (2004, p.49) quando afirma que para comunicar-se “um dos meios mais eficientes que [o homem] conhece e de que dispõe é a linguagem”. Por meio da linguagem a criança é exposta ao conhecimento humano e adquire conhecimentos sobre o mundo que a rodeia. (FREITAS, apud ZUCHI, 2004). 
       “Considera-se então, que desde muito cedo, Matemática e Língua Materna estão presentes em nossas mentes, constituindo nossos fundamentais sistemas de representação, dos quais lançamos mão para interpretar a realidade. Letras e números fazem parte do ferramental cognitivo humano como entes complementares, cooperantes”. (PCN; 1997)
       “No limiar do raciocínio, Matemática e Língua Materna apresentam-se associadas, interdependentes. Entretanto, apesar de comungarem da mesma fonte, de compartilharem a mesma raiz, Matemática e Língua Materna, enquanto disciplinas acadêmicas acabam por tomar direções opostas, pois desde o início do processo escolar percebe-se, em nível de senso comum, uma ênfase nos aspectos que separam as duas, em detrimento, sobretudo, da Matemática que aparece quase como a vilã da história. Nesse sentido, a imagem de duas semi-retas com mesma origem e sentidos opostos pode representar as imagens desses dois saberes, em âmbito escolar, próxima relação a ser tratada”. (PCN; 1997)
“Desse modo, podemos considerar que, desde a mais tenra idade, Matemática e Língua Materna permeiam nossas mentes, constituindo nossos fundamentais sistemas de representação, dos quais lançamos mão para interpretar a realidade. Letras e números fazem parte do ferramental cognitivo humano como entes complementares, cooperantes. No limiar do raciocínio, Matemática e Língua Materna apresentam-se associadas, interdependentes”. (COURA 2006)
       Desta forma, o uso da linguagem matemática desvinculada dos processos de comunicação, entre professores e alunos constitui-se num problema para o processo de ensino e de aprendizagem, no contexto escolar. Para que isso não ocorra o professor deve criar mecanismos capazes de explorar os materiais auxiliares, mostrando ao aluno a importância da Matemática no dia a dia da sociedade, consistindo numa importante forma de linguagem.
           Partindo dessa ideia de ensino por meio da linguagem Matemática, utilizaremos a contextualização e a interdisciplinaridade visando o desenvolvimento de técnicas, competências e habilidades, com a finalidade de capacitá-lo a compreender e interpretar novas situações.
                   Além disso, é preciso usar uma linguagem coloquial que se aproxime da realidade dos alunos, isso não impede que se trabalhe com a linguagem adequada à matemática, desde os anos iniciais, o professor precisa criar estratégias para que as duas linguagens sejam usadas, a materna e a matemática.
             






Referências

B823P BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: matemática / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 142p. 1. Parâmetros curriculares nacionais. 2. Matemática: Ensino de primeira à quarta série. I. Título. CDU: 371.214

COURA, Flávia C. Figueiredo. (2006). Matemática E Língua Materna: Propostas Para Uma Interação Positiva. 13p. Programa de Pós-graduação em Educação Faculdade de Educação - Universidade Federal de Minas Gerais. Disponível em:<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/MATEMATICA/Artigo_Coura.pdf>. Acesso em 30/11/15.  

 DEVLIN, Keith J. (2004). O gene da matemática: o talento para lidar com números e a evolução do pensamento matemático. Tradução: Sérgio Moraes Rego. Rio de Janeiro: Record.
MACHADO, Nilson J. Matemática e língua materna. 5 ed. São Paulo, SP: Cortez, 2001.


ZUCHI, Ivanete. A importância da linguagem no ensino de matemática. Educação Matemática em Revista, n.16, p. 49-55, ano 11.

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